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HOJE (25): Peça XIRÊ circula em Recife e traz teatro hip-hop como voz da juventude periférica

O espetáculo XIRÊ, fruto do talento do Coletivo À Margem e encenado por alunos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), começou sua trajetória por Recife, levando uma reflexão poderosa sobre a vida da juventude nas periferias. Hoje (25), às 15h, no Museu da Abolição, no bairro Madalena, retornam com suas apresentações gratuitas.

Em cinco espaços culturais da cidade, a peça combina teatro, hip-hop e a rica cultura afro-brasileira, retratando as lutas e os sonhos dos jovens que enfrentam desafios sociais.

Uma linguagem de luta e esperança

As atrizes Alice Portela e Maria Guerra compartilham que a ideia de levar XIRÊ a diferentes locais surgiu durante o processo criativo na disciplina de Laboratório de Encenação da UFPE. “Identificamos um potencial incrível na dramaturgia e nas atuações dos colegas”, destaca Maria.

A peça aborda as dores, desafios e esperanças da juventude periférica, utilizando uma linguagem que funde teatro e hip-hop. “Nosso principal objetivo foi conectar a peça com o público que vive essas histórias e promover a representatividade”, acrescenta.

Histórias vividas ganham voz no palco

O processo de criação de XIRÊ foi um verdadeiro desafio para o elenco, que precisou confrontar suas próprias vivências. “Tivemos que trabalhar com nossa subjetividade, transformar nossas dores e amores em arte”, conta Maria Guerra.

Com um elenco formado por artistas negros e de comunidades periféricas, a produção utiliza a arte como um veículo de resistência e transformação social.

Conexão musical: A influência de BIONE na obra

A rapper pernambucana BIONE desempenhou um papel crucial na construção da peça, contribuindo com sua dramaturgia e sonoplastia. As letras de suas músicas se entrelaçam com as cenas de XIRÊ, criando uma conexão profunda com a realidade retratada.

“Colaborar com a BIONE foi uma honra. Suas músicas traduzem perfeitamente o cotidiano e os desafios de ser jovem e periférico”, enfatiza Alice.

Desafios superados e impacto nas comunidades

Apesar do reconhecimento, a criação e a circulação de XIRÊ não vieram sem desafios. “Enfrentamos muitos obstáculos, mesmo com o apoio da Lei Paulo Gustavo e do SIC”, revela Maria.

No entanto, a persistência do coletivo foi fundamental para levar a peça ao público. “Acreditamos que a arte deve ser acessível a todos, por isso todas as apresentações são gratuitas”, afirma.

Construindo um futuro promissor: O impacto do teatro hip-hop

O Coletivo À Margem tem se afirmado no cenário cultural de Pernambuco, recebendo reconhecimento pelo seu trabalho nas periferias de Recife.

A circulação de XIRÊ reafirma o teatro como uma ferramenta poderosa de transformação social e cultural, criando oportunidades para que jovens periféricos se sintam representados e inspirados a moldar seus próprios futuros. “Queremos que eles saiam com a certeza de que podem mudar suas histórias”, conclui Maria Guerra.

Confira as datas e locais das apresentações gratuitas do espetáculo XIRÊ:

  • 25/10 – Museu da Abolição | 15h
  • 26/10 – MAMAM | 19h
  • 01/11 – Compaz Eduardo Campos | 19h
  • 08/11 – Daruê Malungo | 19h
  • 09/11 – MUAFRO | 19h

FOTO: Lucas Carneiro

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