Aratu online

Header Mobile Aratu

Cronômetro causa tumulto na Câmara de Igarassu e vereadores se desentendem

A 27ª sessão ordinária do primeiro período legislativo de 2025, realizada nesta quinta-feira (5), revelou o clima de tensão e divergência entre os vereadores da Câmara de Igarassu. Entre debates regimentais, apelos por mais diálogo e cobranças sobre políticas públicas, vereadores se alternaram entre críticas, denúncias e tentativas de conciliação.

Um dos principais focos de embate foi o uso do cronômetro instalado para controlar o tempo de fala na Tribuna Livre. O presidente Maguila (PSD) explicou que o equipamento estava em fase de teste, mas que já havia sido adotado em sessões anteriores, com regras aprovadas pela maioria do plenário. Mesmo assim, vereadores como Irene Marques (AGIR) e Elvis Henrique (PSD) afirmaram não ter sido informados sobre as novas regras.

Irene discursava na tribuna livre e teve seu microfone cortado. Foi o bastante para gerar tensão na Casa de Duarte Coelho. A vereadora chegou a acusar o presidente da Câmara de “irresponsabilidade”.

“A fala foi cortada sem aviso. O cronômetro está onde ninguém vê”, reclamou Irene.

Elvis Henrique também criticou a falta de reuniões internas: “Parece que o presidente quer pautar só o que lhe interessa. Isso não é democracia”. Ele chegou a chamá-lo de “ditador”.

“Reconheço a tensão desta sessão, mas reforço que as mudanças visam aprimorar nosso trabalho”, afirmou o vereador Maguila. “O uso do cronômetro não é uma ‘ditadura’, e sim uma decisão democrática para organizar as falas.” Ele lamentou a desorganização e a quantidade de projetos sem parecer, dizendo: “Devemos funcionar bem para atender ao povo.” Por fim, propôs diálogo e reuniões, garantindo: “Cumprirei minha obrigação como político legalista.”

CPI de Mangue Seco e meio ambiente

Outro tema delicado da sessão, já bastante conhecido pelo povo, foi a solicitação de abertura de uma CPI para investigar grilagem de terras na Praia do Capitão (Mangue Seco) e a transformação de área de Mata Atlântica em zona urbana. O vereador Júnior do Habitat (PODE) defendeu a investigação, citando possível inconstitucionalidade e risco ambiental.

Maguila se posicionou pessoalmente contra a CPI, mas afirmou que, como presidente da Câmara, seguirá a lei caso o requerimento seja legal.

Júnior Barros (PP), aliado da prefeita professora Elcione (PSD), também assinou o pedido e esclareceu que não há oposição à gestão municipal, e sim defesa do acesso público à praia. Irene mencionou que a solução pode vir com a implementação da orla, fruto de indicação sua. Uma reunião foi marcada para discutir o projeto de urbanização separadamente da CPI.

Violência no Ginásio Poliesportivo J. Raposo gera alerta

Os vereadores também comentaram um caso de violência que aconteceu nesta quarta-feira (4) após uma briga entre grupo de jovens numa partida de futmesa, ocorrido durante um evento esportivo no ginásio conhecido da cidade. A vereadora Irene, por exemplo, falou que o sobrinho de sua secretária foi espancado, teve os pertences roubados e houve disparos de arma de fogo.

Fofão (PSD) e Júnior Barros minimizaram o episódio, tratando-o como isolado e causado por pessoas de fora do município. Elvis Henrique reforçou que a confusão foi armada por grupos organizados. Todos concordaram sobre a necessidade de reforço na segurança, com maior presença da Guarda Municipal e da Polícia Militar.

Hospital em obras e críticas à Neoenergia

O estado do Complexo Hospitalar de Igarassu também foi discutido. Fofão, Son (União), Júnior Barros e Saúba do Povão (Solidariedade) relataram visita técnica ao local e destacaram a necessidade de substituição completa da rede elétrica, construída há 70 anos. Defensores da gestão atual afirmaram que a reforma é necessária para evitar acidentes e criticaram governos passados por negligência.

Fofão criticou diretamente o ex-prefeito Mário Ricardo por tentar politizar o assunto nas redes sociais: “Ele quer aparecer. Mas não fez o que devia quando podia”. O vereador também chamou o deputado federal de “urubu esperando aparecer uma carniça”.

Por fim, os vereadores cobraram soluções da Neoenergia, principalmente nas áreas rurais, como Monjope, Tabuleiro e Engenho Novo, onde faltam energia e manutenção. Uma audiência pública foi marcada para 14 de agosto. Maguila sugeriu um convênio entre prefeitura e empresa para incluir mais famílias no programa da Tarifa Social.

“Tem muita gente com direito ao benefício, mas sem acesso por falta de cruzamento com o CadÚnico”, explicou o presidente da Câmara.

Apesar de todas as discussões, projetos importantes foram anunciados, como diversas indicações e projetos de lei.

E aí, gostou? Que tal comentar sobre?