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Coqueluche em Pernambuco: estado confirma os 6 primeiros casos de 2024; 5 são bebês

No Brasil, o último pico epidêmico de coqueluche ocorreu em 2014, quando foram confirmados 8.614 casos. De 2015 a 2019, o número de casos confirmados variou entre 3.110 e 1.562. A partir de 2020, houve uma redução importante de casos da doença, associada à pandemia de covid-19 e ao isolamento social.

De 2019 a 2023, todas as 27 unidades federativas notificaram casos de coqueluche. Pernambuco confirmou o maior número de casos (776), seguido por São Paulo (300), Minas Gerais (253), Paraná (158), Rio Grande do Sul (148) e Bahia (122). No mesmo período, foram registradas doze mortes pela doença, sendo onze em 2019 e uma em 2020.

Em 2024, os números continuam altos. Em Pernambuco, até 8 de junho, houve registro de 65 notificações, das quais seis foram encerradas como “confirmados clínicos”: cinco são menores de um ano.

Esquema vacinal

O Ministério da Saúde enfatiza que a vacinação é a principal forma de prevenir a coqueluche em crianças menores de um ano, com doses de reforço aos quinze meses e aos quatro anos. Gestantes, puérperas e profissionais da saúde também devem ser imunizados.

O esquema vacinal primário consiste em três doses da vacina penta, administradas aos dois, quatro e seis meses, protegendo contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e *Haemophilus influenzae* tipo b. Reforços subsequentes são feitos com a vacina DTP, contra difteria, tétano e coqueluche.

Para gestantes, desde 2014, recomenda-se uma dose da vacina dTpa a partir da vigésima semana de gestação. Se a imunização não ocorrer durante a gravidez, uma dose deve ser administrada no puerpério, o mais cedo possível, até quarenta e cinco dias após o parto.

Desde 2019, a vacina dTpa também é indicada para profissionais da saúde, parteiras tradicionais e estagiários em UTIs e unidades de cuidados intensivos neonatal, como complemento do esquema vacinal ou reforço para quem já completou o esquema de difteria e tétano.

Imunização ampliada

Diante de surtos de coqueluche, o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica recomendando a ampliação e intensificação da vacinação contra a doença no Brasil. A recomendação inclui a vacina dTpa para trabalhadores de saúde em serviços públicos e privados, ambulatorial e hospitalar, especialmente nas áreas de ginecologia, obstetrícia, UTIs, UCIs e berçários.

Profissionais que atuam como doulas e trabalhadores em creches e berçários atendendo crianças até quatro anos também devem ser vacinados. A administração da dose deve considerar o histórico vacinal contra difteria e tétano (dT). Aqueles com esquema vacinal completo devem receber uma dose de dTpa, mesmo que a última imunização tenha ocorrido há menos de dez anos. Já os com menos de três doses devem receber uma dose de dTpa e completar o esquema com uma ou duas doses de dT.

A doença

A coqueluche, causada pela bactéria *Bordetella pertussis*, é uma infecção respiratória caracterizada por crises de tosse seca. A doença pode atingir traqueia e brônquios e se espalha mais em climas amenos ou frios. A imunidade em crianças é adquirida com as três doses da vacina e reforços aos quinze meses e aos quatro anos.

A coqueluche pode levar a complicações graves em bebês menores de seis meses, inclusive à morte. O Ministério da Saúde alerta que adultos vacinados na infância podem se tornar suscetíveis à doença novamente, pois a eficácia da vacina diminui com o tempo.

A transmissão ocorre principalmente pelo contato direto com gotículas de tosse, espirro ou fala de uma pessoa infectada. Em casos raros, pode ocorrer por objetos contaminados. Os sintomas iniciais são semelhantes a um resfriado, com mal-estar, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa, e podem durar semanas. No estágio intermediário, a tosse seca piora, podendo comprometer a respiração e causar vômitos ou cansaço extremo. Geralmente, os sintomas duram de seis a dez semanas.

Com informações dos sites Agência Brasil e Jornal do Commercio.
FOTO: MIVA FILHO/ACERVO SES-PE

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