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Antônio de Figueiredo, revolucionário negro de Igarassu apagado da história

Antônio de Figueiredo: Revolucionário Negro de Igarassu

No primeiro feriado do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, nesta quarta-feira (20), vale a pena conhecer a história de um pensador negro que dedicou sua vida a disseminar ideias inovadoras e a questionar os rumos da sociedade brasileira da época. No entanto, caiu no esquecimento popular.

A história do Brasil, moldada por séculos de racismo estrutural, carrega consigo um fardo de esquecimentos e apagamentos. A trajetória de Antônio Pedro de Figueiredo, intelectual negro, exemplifica como a discriminação racial e a negligência historiográfica se entrelaçam para silenciar vozes dissonantes.

Quem foi Antônio Pedro de Figueiredo?

No século XIX, em meio à efervescência intelectual do Brasil, Antônio Pedro de Figueiredo se destacou como um pensador singular: foi professor, jornalista e tradutor. Sua trajetória, marcada por paradoxos e controvérsias, ainda intriga estudiosos que buscam compreender o alcance de suas convicções.

Nascido e criado em Igarassu (PE), Figueiredo mudou-se para Recife e ganhou notoriedade ao traduzir para o português o Curso de História da Filosofia, do filósofo francês Victor Cousin, expoente do ecletismo da França.

Sua obra, rica e multifacetada, refletia um compromisso com a justiça social e a construção de um Brasil mais igualitário. Como editor da revista O Progresso (1846-1848), Antônio Pedro abriu espaço para debates sobre temas como socialismo utópico, reforma penitenciária, colonização e direitos humanos.

Por que ele foi esquecido?

Apesar de sua relevante contribuição para o debate intelectual e político do Brasil do século XIX, a história de Antônio Pedro foi relegada ao esquecimento. Diversos fatores contribuíram para esse apagamento, entre eles o racismo que permeava a sociedade brasileira.

Em uma sociedade construída sobre a exploração do trabalho escravo, a ascensão de um intelectual negro como Antônio representava uma ameaça à ordem vigente. A elite branca, detentora do poder político e econômico, não tinha interesse em reconhecer e valorizar a obra de um homem que questionava as bases do sistema escravocrata.

Em defesa da nossa memória

A pesquisa histórica que resgata a trajetória de Antônio Pedro é um passo crucial para reparar essa injustiça histórica. Ao revisitar a vida e obra desse revolucionário negro, desafiamos a narrativa tradicional e ampliamos nossa compreensão do passado.

SERVIÇO

Evento: Noite de Homenagem ao Mestre Natal
Data: Sexta-feira, 22 de novembro
Horário: 19h
Local: Centro de Artes de Igarassu
Informações: A vereadora Prazeres receberá o Prêmio Antônio Pedro Figueiredo de Direitos Humanos, fortalecendo a memória do revolucionário igaraçuara.

2 comentários

  1. Uma excelente matéria. E ajuda a informar sobre uma personalidade importante que é filho de Igarassu.

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